Arquiteta e urbanista Soraia Carrasco fala sobre como os espaços influenciam emoções e comportamentos
Mais do que uma área técnica, a arquitetura se tornou uma linguagem capaz de traduzir sensações e criar experiências que ultrapassam o concreto. A forma como os espaços são desenhados, iluminados e vividos define não apenas o visual de um ambiente, mas também a forma como as pessoas se conectam a ele.
Para a arquiteta e urbanista Soraia Carrasco, compreender essa relação é essencial para quem projeta. “A arquitetura tem o poder de transformar o comportamento humano. Um espaço bem pensado pode gerar acolhimento, pertencimento e até mudar o estado emocional de quem o vivencia”, explica.
Com mais de 15 anos de carreira, Soraia defende que o ponto de partida de qualquer projeto deve ser a escuta. Antes do desenho, vem a observação. Entender quem vai habitar o espaço, o que precisa sentir e como vai se mover dentro dele. “Cada projeto nasce de uma narrativa humana. A técnica só faz sentido quando serve à experiência das pessoas”, completa.
Essa visão extrapola o campo da construção tradicional. Em iniciativas culturais, como a Villa de Natal São Paulo, Soraia aplicou princípios arquitetônicos para transformar um espaço público em uma vivência sensorial. “A arquitetura ensina a pensar o espaço em camadas, proporção, ritmo, escala e luz. É isso que faz com que um ambiente conte uma história”, comenta.
Para ela, a arquitetura contemporânea tem o desafio de equilibrar estética, funcionalidade e responsabilidade. Sustentabilidade, impacto social e propósito se tornaram elementos inseparáveis do processo criativo. “A beleza isolada já não basta. O verdadeiro valor de um projeto está na sua capacidade de gerar conexão e significado”, afirma.
E ela finaliza: “Projetar é traduzir emoções em forma e espaço. A arquitetura, quando feita com sensibilidade, é capaz de tocar as pessoas sem precisar de palavras.”
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