Neurologista Matheus Trilico alerta que casais afetados pelo TDAH têm até 3 vezes mais chance de separação quando o transtorno não é tratado

“O que muitos interpretam como falta de amor, compromisso ou respeito pode ser, na verdade, manifestação de um transtorno neurobiológico tratável”, alerta o Dr. Matheus Trilico, neurologista referência nacional em TDAH adulto.

Segundo o médico, casais onde um dos parceiros tem TDAH, não diagnosticado ou não tratado, enfrentam um risco até três vezes maior de separação nos primeiros cinco anos de relacionamento. Trilico explica ainda que a neurobiologia dessa doença afeta diretamente três pilares fundamentais de qualquer relacionamento: comunicação, regulação emocional e consistência.

Dessa forma, quando um parceiro tem dificuldade em manter o foco durante conversas importantes, esquece compromissos significativos, ou reage impulsivamente durante conflitos, nem sempre é por falta de amor ou consideração, podendo ser a manifestação do TDAH  relação.

Para o parceiro sem TDAH, a experiência pode ser profundamente confusa e desgastante. “Muitos parceiros neurotípicos relatam sentimentos de frustração crônica, exaustão emocional e até questionam sua própria sanidade”, comenta o neurologista.

Apesar dos desafios, Dr. Trilico enfatiza que relacionamentos afetados pelo TDAH podem ser extremamente gratificantes com as estratégias corretas. Confira as 5 dicas:

1.     Diagnóstico e tratamento adequados: O tratamento multimodal, incluindo medicação quando apropriada e terapia comportamental, pode transformar radicalmente a dinâmica do casal.

2.     Terapia de casal especializada: Busque terapeutas familiarizados com TDAH em adultos. Abordagens convencionais podem não abordar as necessidades específicas destes casais.

3.     Sistemas, não promessas: Implementem sistemas externos de organização e lembretes, em vez de confiar na memória ou força de vontade.

4.     Comunicação estruturada: Estabeleçam momentos específicos para conversas importantes, utilizem técnicas como o ‘bastão da fala’ (apenas quem está com o objeto pode falar) e criem pausas planejadas durante discussões acaloradas.

5.     Educação mútua: Ambos os parceiros precisam compreender como o TDAH funciona. Leiam livros, assistam palestras e participem de grupos de apoio juntos.

“Não espere que os sintomas do TDAH deteriorem ainda mais seu relacionamento. Com o conhecimento e as ferramentas certas, o Dia dos Namorados pode marcar o início de uma nova fase em seu relacionamento, onde o TDAH é compreendido e gerenciado e não um obstáculo invisível ou uma desculpa -entre vocês”, finaliza Dr Matheus.
 
Sobre o Dr. Matheus Trilico

Dr. Matheus Luis Castelan Trilico – CRM 35805PR, RQE 24818.
• Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA);
• Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR);
• Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR
• Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista

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