O contador Cláudio Lasso deu dicas para quem quer abrir uma operação de e-commerce
O e-commerce brasileiro cresceu, amadureceu — e com ele, os desafios tributários também. Hoje, quem quer operar com margem e segurança precisa mais do que uma boa plataforma: precisa estrutura, que começa com planejamento tributário.
Segundo o contador e especialista em estruturação de empresas, Cláudio Lasso, muitos empreendedores são seduzidos por promessas de “pagar menos imposto” ao abrir uma empresa em estados com benefícios fiscais — como Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo. De fato, existem, sim incentivos tributários regionais vantajosos para o e-commerce, mas o que poucos sabem (ou fingem não saber) é que não existe benefício sem responsabilidade técnica, logística e financeira”, completa.
Ele diz que antes de decidir onde abrir sua operação de e-commerce, é preciso avaliar três fatores:
1. Tributação real do Estado (ICMS, benefícios, obrigações acessórias);
2. Logística: prazos, frete, estrutura local e impacto na experiência do cliente;
3. Custo operacional de manter filial ou matriz fora do seu centro de atuação.
Cláudio Lasso deu dicas que você deve saber antes de abrir um e-commerce:
Dica 1: Estudo de Viabilidade é obrigatório.
Antes de abrir filial em outro Estado para “economizar imposto”, faça um estudo técnico de viabilidade econômica e tributária.
Muitas vezes, o custo de manter a estrutura fora supera o benefício fiscal esperado.
Tributo é só uma parte da equação. Margem líquida exige visão completa.
Dica 2: Planejamento tributário não se copia. Se desenha.
Não adianta replicar o modelo do vizinho. Cada negócio tem um volume, uma precificação, um perfil logístico.
Benefício fiscal sem planejamento estratégico pode gerar bitributação, glosas, bloqueios fiscais e autuações futuras.
Segundo Cláudio, é preciso cuidado com soluções genéricas. “Evite cair na tentação de contratar escritórios que vendem “modelos prontos” de e-commerce em outros estados sem considerar a realidade da sua operação.
O contador afirma que planejamento sério exige responsabilidade técnica, análise contábil e jurídico-tributária e visão de médio prazo. “Em um cenário cada vez mais competitivo, quem vence não é quem fatura mais. É quem estrutura melhor. E no e-commerce, isso começa com escolher onde e como tributar sua operação”, finaliza.