Conversar sobre dinheiro é motivo real para separação de casais

Segundo levantamento realizado pelo Itaú Personnalité – em parceria com o Instituto Locomotiva – com pessoas de alta renda (individual mensal de mais de R$ 10 mil), mesmo aqueles que declararam ter conhecimento avançado ou se consideram especialistas em finanças, 41%, ainda mantêm aplicações apenas na caderneta de poupança.  Entre os investidores, 39% têm dinheiro na poupança; e dos que têm perfil arrojado, que está mais propenso a tomar risco, 27% mantêm recursos aplicados na poupança.

Oito em cada dez brasileiros que responderam à pesquisa se consideram preparados financeiramente para o futuro de maneira adequada, e 93% deles afirmam ter objetivos em curto, médio e longo prazo. No que diz respeito ao gênero, mais mulheres do que homens demonstram interesse em aprender sobre finanças, 43% contra 34% do público masculino.

Conversar sobre dinheiro e pagamentos com o cônjuge pode resultar em problemas de gravidades diversas, desde uma discussão até a separação do casal. Segundo pesquisa realizada pela plataforma Meu Compromisso, 36% dos casais brigam ao falar sobre dinheiro, pelo menos uma vez por semana. De fato, o dinheiro é o quarto maior motivo de pedidos de separação.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, a poupança ainda é um meio seguro de investimentos, assim como os consórcios.

“Ao capacitar o consumidor com conhecimentos e habilidades financeiras, há a formação de uma geração de poupadores conscientes, capazes de enfrentar os desafios econômicos com confiança e responsabilidade, além de contribuírem para a economia do país. Logo, não pode ser subestimada, pois cria uma base sólida para o sucesso financeiro e contribui para uma sociedade mais financeiramente saudável”, afirma.

Entretanto, poucos realmente se organizam financeiramente, de acordo com indicadores elaborados pela instituição bancária. Apenas dois em cada dez respondentes estão no patamar considerado de alto planejamento financeiro. O índice avalia comportamentos financeiros recomendáveis como estabelecer metas de longo prazo, controlar ganhos e despesas, formar reserva emergencial e aposentadoria. É claro que para isso não se pode estar inadimplente.

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Segundo Lamounier, as conversas francas sobre finanças do casal e sobre a rotina de receitas e despesas devem acontecer mesmo antes do casamento, assim ambos saberão como construir melhor  um planejamento financeiro. Para ajudar os casais, o educador financeiro separou algumas dicas:

Organização Financeira:

Separação da renda em três partes: trata-se da regra dos 50%, dos 30% e dos 20%. O conceito ajuda na organização das finanças e prioriza as despesas mais importantes, evitando o endividamento. A regra financeira é simples: 50% devem ser destinados a gastos fixos e essenciais, 30% aos variáveis e que podem ser cortados caso necessário e 20% devem ser investidos ou compor um fundo de reserva.

Para entender melhor a regra, o especialista fez uma simulação com um salário de R$ 2 mil. “Com essa renda por mês você consegue separar R$ 1 mil para gastos fixos, R$ 600,00 com gastos variáveis e R$ 400,00 para investimentos ou reserva de emergencia”.

Acompanhar de Perto as Receitas e as Despesas:

Ter o controle rigoroso de todo o montante monetário do casal é fundamental para poder se manter sempre no azul: “Identificar os pontos de melhoria,  analisar o mercado e traçar os seus objetivos é o básico para o planejamento anual, assim você estará preparado para longos períodos e evitará endividamentos”.

Priorizar pagamentos à vista:

Para quem não se planejou, mas pretende quitar ou manter as contas em dia, é necessário se  lembrar de que os pagamentos à vista geralmente oferecem descontos razoáveis, valendo negociar e efetuar o pagamento. O uso do cartão de crédito e do limite da conta corrente são valores que devem ser utilizados de maneira emergencial.