Inteligência artificial e deep fake na publicidade: tendência divide opiniões

A recente campanha publicitária da Volkswagen do Brasil, intitulada “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, tem gerado polêmica e reflexões sobre os limites éticos e o uso inovador da tecnologia de inteligência artificial. A campanha, lançada no dia 3 de julho, utilizou a técnica do deepfake para recriar a imagem da icônica cantora Elis Regina, falecida em 1982, para um dueto com sua filha, Maria Rita, na famosa canção “Como Nossos Pais”, de Belchior.

Thiago Abreu, fundador da Agência Amithiva, comentou sobre a controvérsia gerada: “Tudo que é novo, é polêmico. É uma quebra de barreiras. Mas é certo que a tecnologia da inteligência artificial e a criação de publicidade por meio dela é uma realidade. Não podemos fugir do avanço tecnológico, mas acredito na criação de regras sobre esses novos aspectos que estão sendo apresentados no mercado”. Abreu ressaltou o impacto do uso do deepfake na publicidade: “A utilização dessa técnica já foi vista antes, mas da maneira que foi conduzida no processo de criação é algo diferente e criativo. É um novo passo no mercado. Mas é claro que, para muitos, pode gerar certa estranheza”, afirmou o diretor da Amithiva.

A campanha despertou a atenção do público, e Abreu destacou a importância dessa abordagem inovadora: “Acho muito, muito legal. Está em alta e é interessante. O que é legal na campanha da Elis é o direcionamento ao consumidor final. São campanhas que resgatam a essência da boa e velha propaganda, encantam e geram impacto. É exatamente isso que estamos enfatizando: hoje em dia, a propaganda foi deixada de lado, e as pessoas só pensam em dados, não se fala mais de propaganda dessa maneira”, completou o executivo.

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A utilização do deepfake e a recriação de uma figura icônica como Elis Regina para fins publicitários levantam questões éticas e a necessidade de um debate mais amplo sobre o assunto. O Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) abriu uma representação ética para avaliar a campanha, levando em consideração a possibilidade de confusão entre ficção e realidade, especialmente para crianças e adolescentes.

A iniciativa da Volkswagen marca uma ruptura de paradigmas no mercado publicitário, explorando os avanços tecnológicos para alcançar o público de maneira impactante. No entanto, é importante refletir sobre os limites éticos e as consequências dessas abordagens, para garantir a proteção dos direitos individuais e a clareza na comunicação publicitária.

Até o momento, a campanha da Elis já alcançou resultados expressivos, com um total de 50 milhões de visualizações orgânicas, mais de 24 horas no Tranding Topics do Twitter, 99% de comentários positivos, dentre outros números impressionantes. Além disso, a campanha se tornou a mais popular na história da montadora alemã.

Diante da controvérsia gerada por essa campanha, espera-se que os órgãos reguladores, como o Conar, promovam discussões e regulamentações adequadas, a fim de estabelecer diretrizes claras sobre o uso de deepfake e tecnologias similares na publicidade.

Sobre a Amithiva

A Amithiva é uma agência de publicidade boutique que combina a vanguarda da publicidade brasileira com novos nomes do setor. Localizada no coração de São Paulo, a agência é especializada em campanhas integradas, branding, marketing digital e endomarketing, a agência oferece soluções estratégicas e criativas para transformar negócios. Com uma abordagem fora do tradicional, a Amithiva pensa, cria e executa seus projetos buscando a perfeição, tudo para obter resultados impactantes. A equipe da empresa tem um pensamento jovem e questionador e utiliza dados para orientar o trabalho e gerar ideias criativas.